Conheci o Filipe Pinto naquele que foi, seguramente, um dos dias importantes da minha vida, o dia em que me tornei Urban Sketcher. Foi a 1 de Setembro de 2012, um Sábado quente de Verão, e a pretexto de um workshop de um (para mim) desconhecido Richard Câmara, que fiz os primeiros desenhos num caderno. Desde então que nos cruzámos muitas vezes, em workshops ou encontros, eu sempre com uma curiosidade de menino, a espreitar os cadernos do Filipe, e a perceber como ele, também como eu, andava a evoluir nisto dos desenhos em caderno.
Já o tinha comentado com alguém, mas nunca com ele, e disse-lhe este Sábado, no Museu do Carmo: eu acho mesmo que os desenhos são iguais às pessoas que os fazem. Dei exemplos dos desenhos do José Louro e do Salavisa, que tanto admiro, e de como eles são iguaizinhos àquelas linhas. Alguém que conheça, por exemplo, o João Catarino, não entende que aquela poesia feita com pincéis é igualzinha ao sujeito? Como o Filipe Pinto, que tem desenhos como ele, pacientes, programados e silenciosos, mas afinal tão ricos por detrás daquelas linhas e aguarelas sem imperfeições. Dali não se espera uma coisa estouvada, nem no caderno nem na pessoa.
Desenhei e escrevi parte da palestra do Filipe, e coisas soltas do Museu do Carmo.
Será que os meus desenhos também de parecem comigo?
I met Filipe Pinto in a day that was surely one of the important ones of my life, the day I became an Urban Sketcher. It was on September 1st in 2012, a hot summer Saturday, and under the pretext of a workshop of one (for me) unknown Richard Câmara, that I made the first drawings in a sketchbook. Since then we have often met in workshops or meetings, always with such a curiosity, peeking at Filipe's sketchbooks, and realizing how him, like myself, was progressingin this sketchbook thing.
I had already mentioned it with someone, but never with him, and I told him this Saturday at the Carmo Museum: I really think the drawings are similar to the people who makes them. I gave examples of the drawings of José Louro and Salavisa, which I admire so much, and how they are similar to those lines. Someone who knows, for example, João Catarino, does not understand that that poetry made with brushes is just like him? Like Filipe Pinto, who has drawings like him, patients, programmed and silent, but after all so rich behind those lines and watercolors without imperfections. From there you do not expect anything out of place, neither in the sketchbook nor in the person.
I drew and wrote part of Philip's lecture, and loose things from the Carmo Museum.
Do my drawings also look like me?
É curioso o paralelismo que traças entre o desenho e o autor. Nunca tinha pensado dessa forma, mas tem lógica e consigo ver uma verdade nisso.
ResponderEliminarNão te conheço ainda tão bem mas se os teus desenhos coincidem contigo és um gajo porreiro.
ResponderEliminarUma das memórias que retive do workshop que fizemos com o Richard foi de um almoço (seria na Trafaria? eu tenho mesmo memória de galinha ) onde com o Luis Moniz e a Teresa Marques escutei curioso as histórias das arábias dum jovem arquiteto à procura de oportunidades na vida profissional e recordo ter pensado que os workshops eram algo mais que 'desenho'.
ResponderEliminarSe hoje tivesse que definir os urban sketchers numa palavra e que também explicasse a razão para o seu crescimento e vitalidade essa palavra seria partilha. Partilha de experiências, de vivências, de conhecimentos and so on...
Desde o tempo em que os desenhos não tinham rosto até hoje tem sido gratificante fazer contigo este percurso.
Recordo-me bem desse almoço! Pedi sardinhas e estavam óptimas. Obrigado pelo teu comentário, foi um ano depois de ter regressado do dubai onde estive a trabalhar, não percebo é de onde te saiu essa do jovem arquitecto. ..
EliminarAbraço Filipe!