07/09/2014

A pianista - parte II

Já tinha o livro do Mário e da Ketta comigo há umas semanas, quando foi o lançamento oficial na Faculdade de Belas Artes. Tive a oportunidade de falar com o Mário dizendo-lhe o quanto encantador estava a achar o livro, e que, sem aparente propósito, o estava a ler de trás para a frente, lendo primeiro as estórias das gentes e as circunstâncias daqueles lugares na Costa do Marfim, absorvendo a descrição das palavras, imaginando depois o desenho que daí a pouco iria procurar. Disse-lhe que era surpreendente esta descoberta, e que as estórias que ambos estavam a contar e a desenhar da Costa do Marfim eram absolutamente deliciosas.
 
Acredito que a estória que contei da pianista, o segundo post sobre a minha viagem a Paraty (ver AQUI) possa ter tido um efeito semelhante. Falei daquele último desenho feito no jardim da Praça da Matriz, os Paratianos apaixonados que namoravam num banco de jardim, do último serão do simpósio num clube de forró, com cachaça e desenhos arrancados à bruta de um caderno, o João aos gritos, numa descrição de palavras e sem imagens. O Sílvio, argentino, que fazia anos nessa noite e nos vem visitar a Lisboa no próximo ano, os bancos baixinhos e a mesa encostada ao balcão.
 
Mas as estórias são mais ricas se tiverem desenhos, e não os resisto a publicar, agora que os recebi do outro lado do Atlântico e me reavivaram a memória. O primeiro desenho é aquele que a Rita Sabler fez no jardim, enquanto eu a desenhava. O segundo é aquele que fiz no clube de forró e arranquei do caderno, num sacrilégio que transformei em privilégio. O último é aquele que a Rita fazia de mim, enquanto a desenhava a ela e ao Sílvio.
No desenho que fiz da Rita, representei-a com um enorme e disforme nariz, totalmente errado, culpa da cachaça ou falta de habilidade. Desculpa Rita. No desenho dela pareço ter uns sessenta anos e um ar abatido. Visto agora, parece-me justo...
 
The pianist - part II
 
I already had the book from Mario and Ketta a few weeks before, when it was the official launch at Faculdade de Belas Artes. I had the opportunity to speak with Mario telling him how charming was the book, and without apparent purposeI was reading it from back to front, first reading the stories of the people and the circumstances of those places in the Ivory Coast, absorbing the description of words, then imagining the drawings that I would see after a while. I told him that this discovery was amazing, and the stories they were both counting and drawing from the Ivory Coast were absolutely delicious.

I believe the story I told about the pianist, the second post about my trip to Paraty (see HERE) may have had a similar effect. I spoke about the last drawing made in the garden of Praça da Matriz, with those Paraty lovers dating in a park bench, the last evening of the symposium in a forró club with cachaça and drawings riped with violence from my sketchbook, João screaming, a description of words and no pictures. Silvio, the guy from Argentine, who was celebrating his anniversary and comes to visit us in Lisbon next year, shorties benches and the table against the counter.

But the stories are richer if they have drawings, and I do not resist to post, now that I receive them from the other side of the Atlantic, and I revived the memory. The first drawing is the one Rita Sabler did in the garden while I was drawing her. The second  is the one I did in forró club and riped out from my sketchbook, a sacrilege that I turned into a privilege. The last is the one Rita did of ​​me, while I was drawing her and Silvio.
In the drawing I did of Rita, I represented her with a wrong huge and misshapen nose, problem of  the cachaça or lack of skill. Sorry Rita. In her drawing I seem to have about sixty years old and looked depressed. Seen now, it seems fair to me ...
 
Rita´s drawing
 
 Mine
 
  Rita´s drawing

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